Nos momentos de dor, nas esquinas da angustia, nos estados de desilusão, nos questionamentos e reflexões..., no abismo incomensurável e inclemente da saudade, no vazio do desconhecido, nos labirintos do que se faz escondido, no coibido, na falta de coragem, e nos momentos de solidão...
Eu te procuro, quando me sinto perdida , não ouvida, esquecida, enfraquecida!
E então procuro-te, quando o amor perde o sentido e o céu muda de cor!
Procuro-te quando subitamente tudo perde o seu valor! Aí sim..., como eu te procuro...!
Claro que também te procuro..., nos momentos de alegria..., satisfação, paz interior e de união..., já que a gratidão é um sentido palpitante e regenerativo do ser...
E te procuro... e procuro num olhar e sentimento ávidos de compreensão...
E quando hoje perdida pelos caminhos de meu mundo interior, deparei- me com uma bifurcação..., sem saber por onde seguir, defrontei comigo mesma, e te busquei com toda a força do
meu ser, e pude entender que você só se faz presente àqueles que apreendem a extensão do seu amor..., da sua verdade...
Que a vida está aí para nos mostrar o que realmente somos e testar nosso poder...
Nosso poder de sonhar e realizar, de entender e fazer...
De pensar, perdoar, de escolher e ser...
Como podemos então procurar-te no vazio do indefinido, do ser não sendo, do cobrar quando se está devendo, e do pensar ter encontrado, quando se ainda está perdido...
Quem podemos ser então, se não voltamos nosso olhar aos nossos próprios erros, preconceitos e defeitos..., se buscamos e apontamos nos outros exatamente o que não gostamos, julgamos ser errado, condenamos e escondemos Ser...
E nessa infindável busca de aceitação e percepção, mais uma vez te procuro para pedir-te perdão..., por pedir coisas, que só eu posso fazer, por te procurar pelos caminhos de uma ilusão que eu mesma inconscientemente construí!
Por te procurar num mundo que insiste em se fazer cego a sua realidade...
Por te pedir socorro por coisas e situações equivocadas, que eu mesma escolhi!
Por não te encontrar nos degraus da resolução de mim mesma, por infelizmente não ter consciência de todas as suas infindáveis manifestações em mim..., e finalmente, por meu olhar e entendimento superficiais, não alcançarem o axioma que transcende o meu eu...
Pois se assim entendesse..., para que procurar- te?
Claudia Abreu