domingo, 26 de junho de 2011

SE




Se
 
Se consegues manter a calma
quando a tua volta todos a perdem
e te culpam por isso.
Se consegues ter confiança em ti
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dávidas
Se consegues esperar sem te cansares por esperar
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos
Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres
Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos
Se consegues encontrar-te com o Triunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo
Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo
Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.
Se consegues constringir o teu coração,
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Aguenta-te!"
Se consegues falar para multidões
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente
Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender
Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado
Se consegues preencher cada minuto
dando valor
a todos os segundos que passam
Tua é a Terra
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um Homem, meu filho!
(Tradução de Vitor Vaz da Silva do poema "IF" de Rudyard Kipling)


                                       


sábado, 25 de junho de 2011

Minha criança...


Onde está você minha criança?
Construindo castelos de areia?
Sonhando acordada?
Brincando de roda com a vida?
Soltando a pipa das fantasias?
Pulando as fronteiras da amarelinha?
Saltando a corda dos preconceitos?

Divertindo-se nos labirintos do perigo sem dar vazão ao medo?
 Ou brincando de fechar os olhos para ficar invisível?!

Onde está você? Teu sorriso solto, tua alegria palpitante, teu olhar transparente?
Teus pensamentos livres, tua espontaneidade? 
Onde está você, que deixa as palavras escorregarem pelo tobogã de tua língua solta..., para caírem nos ouvidos ressonantes e seletivos dos adultos, daqueles que esqueceram o som da verdade...,
que se perderam do eco da inocência,
e se fazem surdos à voz da igualdade! 
Dê-me a mão minha criança..., não me deixe perder -te, não me deixe sem o teu sentido de 
liberdade, sem a tua clareza d‘alma,
sem a luz do teu olhar..., sem a tua verdade pura e inalterada...
Tire a venda dos meus olhos, não quero mais brincar de cabra cega! 
Quero ver o mundo através da menina dos teus olhos..., girar na ciranda da vida...,fechar os olhos e sentir que tudo apenas gira...!
Quero escorregar no arco-íris dos teus sonhos,
voar nas asas brilhantes da libélula que guarda todas as tuas possíveis e fantásticas fantasias,
boiar no mar aberto dos teus sentimentos,

afogar toda a minha desilusão no oceano profundo da tua inocência...,
beber da felicidade que nasce na fonte do teu coração...,

e permitir-me rir o riso do amor..., da fé..., e do encantamento da pura alegria!

 Viver da satisfação, da liberdade e da esperança...!

  E descobrir- me eternamente  criança...!

Claudia Abreu



AGRADEÇO À ESSAS CRIANÇAS QUE SÃO TODO O MEU TESOURO E ALEGRIA... , POR ME FAZEREM LEMBRAR TODOS OS DIAS DA CRIANÇA QUE EXISTE EM MIM.



Uma lembrança!
Horas vejam só! Tem um fio aqui, ligado ao meu coração!
Se eu puxar este fio estará você segura à outra ponta, guardando consigo a caixinha de sonhos que tanto procuro?
Puxando..., puxando! Puxa você tem poder e muita..., muita força!
Olha! Olha! O que o fio me trouxe!  A grande árvore do terreno que ficava a frente de casa, aquela de galhos longos e fortes, onde me pendurava! Nossa o mundo está de cabeça para baixo! Balança! Balança! Solto os braços, mais ainda assim não alcanço o chão...,! Chiiiiiiiiiiiiiiii! Olha lá! Lá vem o João! Fecho os olhos e me escondo, assim ele não me vê, não me vê não!


quarta-feira, 22 de junho de 2011

PRECE DE CÁRITAS








                                                               
DEUS, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai forca àquele que passa pela provação; dai luz àquele que procura a verdade, pondo no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus, dai ao viajor a estrela guia; ao aflito a consolação; ao doente o repouso. Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, a criança o guia, ao órfão o pai. Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que Criastes. Piedade Senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé. Deus, um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra. Deixa-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós como um grito de reconhecimento e amor. Como Moisés sobre a montanha, nos Vós esperamos com os braços abertos, oh! Poder... oh! Bondade... oh! Beleza... oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte alcançar a Vossa misericórdia. Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós. Dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas, o espelho onde deve se refletir a Vossa Santa e Misericordiosa imagem.
* * *
Mme. W. Krill.
Ditado pelo Espírito Cáritas.
25 de dezembro de 1873.







Entendimento...




O que levo em meu coração, podes ver?
Podes ouvir meus pensamentos antes de julgar-me?
Podes definir as fragrâncias do amor e do ódio?
Podes sentir o aroma da chuva no ar, antes que ela se precipite?
Podes ver como a natureza te conta sobre tudo e todas as coisas? Se prestares mais atenção em suas manifestações e sinais, saberás!
Se observares mais, perderes menos tempo julgando, ouvires e sentires mais e profundamente..., tudo poderás...
Coisas maravilhosas acontecem ao teu redor, mais estás tão preocupado com coisas práticas e na maioria das vezes inúteis, que te fechas ao que é realmente importante e belo...
O criador nos fala através de tudo, sobre todas as coisas...
Comunique-se com a natureza, isso não é maluquice, fales com ela, contes da importância que ela tem para você, peças perdão pelos erros cometidos, conjuga-te com ela, passe a respeitá-la, assim como gostas de ser respeitado, ela faz parte de você, e é aquela parte que somente se doa, sem nada reclamar ou pedir...
Olhe para as pessoas... como quando se olha no espelho, veja, pense que elas não são diferentes de você, se esforce para passar o que tens de melhor, porém, não se esqueças de fazer como as plantas, doa-te sem nada esperar, e se fores atraiçoado, lembra-te o mal agir é para quem pratica, é como envenenar-se a si mesmo, então, tonifique seu coração com a luz do perdão e siga teu caminho, mantenha tua mente tranquila e leve e somente observes..., a vida por si só ensina e conta a estória de cada um.
Alivie teu coração, às vezes agimos mal, sem intenção, ao abrires os olhos pela manhã, agradeças e peças perdão...!
Absorvas as experiências, acumule o conhecimento e prossigas como o vento, que está presente em todas as estações em maior ou menor intensidade, mas não se fixa em nenhuma, como as próprias estações, seu movimento é contínuo, livre e amplo; assim deve ser tua mente, aberta a todas as experiências, sem se apegar a nenhuma.
Simplesmente entenda teu papel nesta vida e o desempenhes da melhor maneira  possível...
Liberte teu coração dos maus sentimentos, observe que eles fazem mais mal a você, do que para aquele que os despertou.
Vigia-te, guarda-te dos maus ímpetos, controla os teus sentidos, a tua mente volúvel, observa que nada é perfeito neste mundo, estamos a caminho da perfeição, e este mundo é apenas um dos infindáveis caminhos. Não cobres dos outros aquilo que nem tu mesmo possuis, busca a tua verdade sem cobrares a verdade do outro, cada um tem seu tempo, seu momento próprio e particular de entendimento...
Apenas siga..., e vai te libertando ao subires a montanha do conhecimento, de toda a carga que te impede de subir com total empenho, deixe os pesos para trás e quanto mais leve estiveres, mais subirás..., e mais ampla e clara será a tua visão deste mundo...
E quando chegares ao topo da montanha, sem que te apercebas, terás trazido consigo o mundo que julgavas ter deixado para trás!
Então entenderás o sentido da vida...
Claudia Abreu


sábado, 11 de junho de 2011

NO ESCURO...

             
Tudo escuro! Que escuridão...!
Nada a fazer, se nada vejo, se nada encontro, a única saída é sentar no chão e pronto, observar a situação!
Meus sentidos estão acuados, e por isso atentos... 
Então eis que surge a pergunta da mente:
- no escuro quem sou ? O que está
fora ou 
o que está dentro ? 
Quando o de fora enfraquece 
o de dentro aparece...?
Sou apenas pensamentos, minha mente é puro movimento, e meu corpo sentado, calado, apagado, só ouve a própria respiração..., fecho os olhos e relaxo..., os pensamentos passam..., vem e vão..., um silêncio profundo, sou parte da escuridão...
 Minha mente é o ar que entra e sai de meus pulmões. Os minutos passam e luzes lentamente começam a aparecer, muitas luzes e de muitas cores, se movimentam, se entrelaçam, numa coreografia extasiante... Sinto-me tão leve..., talvez eu seja o ar, o vazio me agrada, sinto-me aconchegada, protegida, imune a todos os perigos,   invisível... 
E o silêncio onipresente..., é o momento em que tudo que se cala, e se funde no nada...
Então...
Só existem luzes bailando..
Claudia Abreu




quinta-feira, 9 de junho de 2011

OS LUTADORES...




Quando falamos em luta, logo pensamos em um ringue de MMA, com dois lutadores super treinados e conhecedores de seu potencial físico e técnico, como também mentalmente preparados para as surpresas relativas aos pontos fortes e fracos, tanto os seus, quanto os do adversário, prontos para dar tudo de si, ganhar ou perder... Mais o importante mesmo é o saber lutar..., participar, testar seus limites sua força..., sua determinação, não apenas ter o troféu da vitória sobre o outro, mas principalmente, ter o prazer extasiante de vencer a si mesmo...
Contudo, se expandirmos esse ringue, percebemos que as lutas se fazem todo o tempo e em todos os lugares..., mas ao contrário do que vemos no esporte, as pessoas lutam para sobreviver..., para respirar, comer, lutam para estudar e aprender, para trabalhar, para pagar as contas que a vida lhes apresenta, lutam... pela justiça, pela segurança, pela tranquilidade, pela felicidade... . Lutam pelo poder, pois tudo querem ter, lutam contra a terra e pela terra, lutam e matam seus semelhantes..., e lutam até pela religião e em nome de Deus, como se Deus cobrasse, quisesse ou estimulasse o ódio e o terror, como se Deus apoiasse o olho por olho, dente por dente... Como se Deus apreciasse as loucuras construídas pelas desvinculadas e desvirtuadas mentes humanas! Desde quando Deus assumiu o cargo de factótum da humanidade para assuntos antagônicos aos seus princípios...? E os humanoides nem vergonha têm, de colocarem o nome de Deus na corda bamba de suas paixões alucinadas e passageiras...
Contudo, por tudo lutamos... Pela ética e pelo absurdo, pelo que julgamos certo e pelo que julgamos errado, por tudo o que diverge dos moldes traçados pelas linhas obscuras do embuste social. Lutamos pela verdade, mas vivemos sorrateiramente na hipocrisia... . Lutamos pela saúde em toda a sua complexidade, quando penosamente..., somos os fabricantes de nossos próprios venenos...
E ainda temos o desplante de dizer que lutamos pela paz, como se a paz pudesse nascer límpida e imune às feridas deixadas pela guerra!
Lutamos contra tudo, já que somos o centro das ambiguidades, e estamos em guerra interior constante por conta de nossa ambivalência...
Estamos inconscientemente, sempre em busca de entender a verdade que há intrinsecamente em nós, mas, que foi esquecida, e que por tanto, tornou- se indistinta, desconhecida, não sabemos mais como usá-la, pô-la em prática, pois que é  independe das paixões humanas e é autossustentável...
Para mudarmos de uma vez por todas, toda essa situação, temos de lutar a verdadeira luta..., aquela que deve ser travada em nosso ringue interior...,


em nosso solo sagrado..., aquela com a qual, nosso adversário está refletido no espelho da alma! Nas volúpias da mente...
Aquele que julgamos conhecer, mais que desconhecemos...
Aquele que vivemos procurando, mais não podemos encontrá-lo íntegro, pois que está camuflado e dividido em várias partes...
Aquele do qual não podemos conhecer o verdadeiro semblante, pois que é dono de muitas faces...
Este é o nosso mais temível adversário!
Como dizia Jesus Cristo: “Amai- vos uns aos outros, como eu vos amei”...,


frase muito sábia e profunda, pois que, só a partir da autocompaixão e conhecimento interior é que se torna possível estender nosso amor ao outro de forma legítima; portanto vejo nela a única saída para nos livrarmos da turbulência emocional que mantém a cegueira de um ego coletivo inflado, inflamado, impiedoso, centralizador e ignorante...
No momento em que buscarmos a nós mesmos para um confronto com nosso eu, onde vamos encontrá-lo? Como esse “Eu” foi construído, a partir do que? 
Esse eu foi construído a partir de todas as suas relações psíquicas e perceptivas...
Se você fosse uma criança com 7 meses de idade e o levassem para uma ilha deserta com toda infra-estrutura natural e o deixassem lá, o que aconteceria? Hipotéticamente..., se você não morresse, e por sorte e misericórdia  Divina, fosse supostamente adotado por um bando de uma certa espécie animal, certamente agiria e viveria como eles; pois inegávelmente o homem é fruto do meio, do que ouve, do que vê, do que sente ou o fazem sentir, dos exemplos que têm, da forma como é amado, repreendido, tratado, incentivado, ensinado..., é uma coletânea de tudo o que viveu, capturou e imprimiu em si, até apropriar–se de uma consciência individual, eu ou self. Com isso, todo esse conglomerado de conhecimentos, sentimentos e emoções, que traz consigo toda uma herança social, torna-se gradativamente uma estrutura mental, revelando de forma evidente, que somos um pouco da influência de tudo e todos que fazem e fizeram parte da construção de nosso universo interior ou self. Portanto o que somos se não o todo? Como podemos atacá-lo, menosprezá-lo, se dependemos dele para que nossas vidas tenham sentido, então nos resta como seres conscientes do que somos, estender nosso amor ao próximo... Porém primeiramente temos de buscar o autoconhecimento, a compreensão de nós mesmos, “tentar” incansávelmente, sentir profundamente, avaliar e definir nossos sentimentos, pensamentos e ações relativos ao nosso eu em interação com o eu do outro nas inúmeras situações que constituem as fases, situações e acontecimentos da vida... .  Fazer uma faxina nas impressões negativas, tentar enxergar que somos todos falhos e em muito ou quase tudo “semelhantes”. Procurar fazer melhor do que nos foi ensinado..., do que vimos, ouvimos e sentimos...
“Tentar é sempre a luta da resistência, de nadar contra a correnteza. É a incerteza que nos faz dizer: “não sei se comigo”. Nosso tema é vamos fazer. E não o faremos no espaço desconhecido, mas simplesmente pela afirmação, pelo reconhecimento e pela expansão. O  que fazemos na realidade, é empurrar o envelope por debaixo da porta. O seu conteúdo emocional sairá de lá de dentro, quer você goste ou não, quer você tente prendê-lo, segurá-lo ou qualquer que seja seu objetivo. O melhor é simplesmente reverênciá-lo.” (Êxtase-Cris Griscom).

Pois reverenciando, compreendendo, superando e perdoando nossas falhas, num sentido de compaixão e amor para com o eu individual, buscando a superação e o entendimento em sua forma mais ampla e profunda, automáticamente nos fundiremos no eu superior, então, teremos a ciência de que só a partir do amor pode haver uma transformação social, pois o que de forma intrínseca não quero para mim, conscientemente, também não irei querer para os outros... Se conseguirmos enxergar de forma clara o todo em nós, então as guerras e lutas interiores e por consequência exteriores, perderão seu sentido. Os pensamentos, sentimentos e ações estarão voltados simplesmente para a comunhão do bem..., os valores que moverão o mundo, estarão libertos de toda a ilusão, entenderemos que a real e duradoura felicidade não pode ser encontrada nas coisas exteriores e inconstantes, e que dentro de nós carregamos um universo extasiante, pleno e duradouro..., pronto para ser redescoberto e gozado de forma inimaginável...
Sendo assim, as lutas se farão apenas nos ringues, e nos esportes em geral, como treinamento, para o fortalecimento do físico,


do psíquico


  do emocional


e para testar nossa força e poder de vencer todos os “limites” que “supostamente” possamos vir imaginar ainda ter.
Claudia Abreu