quarta-feira, 27 de julho de 2011

Lenha e temperança...

  
A vida oferece a lenha dando ar ao fogo das paixões... 
Paixões que se fazem e se erguem em labaredas flamejantes refletindo nos olhos amantes a chama rubra  do querer...
E erguendo-se louca em estalidos vai se fazendo insensata,


acendendo o clarão dos desejos, incendiando o coração...,
ofuscando a razão!
E vem o tempo... , tempo inclemente servido de fogo e de vento consumindo a lenha que ainda em brasas vai se espalhando pelo chão...  Transformando- se pouco a pouco, dia a dia em rio de sangue fervente
que passa levando as rosas cor de rosa,
queimando a relva das sensações e o ninho onde nasceram sonhos, apenas sonhados... , deixando rastro do apetite vazio da carne, do ardor do verdadeiro, brasas de uma paixão que foi chama do efêmero, do em vão...

 O rio que arde, ardendo se consome e em cinzas se faz, cobrindo a terra queimada com fina camada de decepção, sufocando o que ainda restava da ilusão! 
E os sonhos diluem-se em fumaça, perdendo-se nos céus tingidos de cinza que cobrem os campos sofridos e áridos da memória,.. 

Deixando no passado o que se faz lembrança do que durou enquanto chama, 
que ardeu enquanto brasa, 
queimou enquanto sonho, 
consumiu enquanto cinzas
 e perdeu-se enquanto fumaça...
Mas se sobre tudo, ainda estiver no seio da terra quente, oculta e guardada a semente sagrada do amor... ,
A vida oferece o adubo da temperança... ,
 Pois que terra queimada revolvida retorna fértil... ,
e paixão consumida se transmuta...,
 transmutada nasce alva flor, nos translúcidos campos do verdadeiro Amor...

 Claudia Abreu

sábado, 23 de julho de 2011

MINHAS ELUCUBRAÇÕES...

     











Penso que na integra ainda me desconheço e este desconhecer faz de mim algo ilimitado... , por isso amo as reticências, e evito o ponto final !
                                               
Claudia Abreu


"A verdadeira consciência não está apenas náquilo que se vê, se sabe ou se sente, mas sim, na imanência de todas as coisas"...

                         C.A


ME SIRVO DAS PALAVRAS COMO QUEM SE SERVE DE UM DOCE BOM! E USO A OBSERVAÇÃO E A REFLEXÃO COMO
TALHERES...! GOSTOU? ENTÃO..., SIRVA-SE!
          Procures viver a vida sem esperares nem de mais, nem de menos, para que assim não te frustres quando vier o pouco e nem te envaideças quando vier  o muito!
                                                                             
                                                                          C.A


                                Vaga-lume




Minha cabeça é um redemoinho de pensamentos e palavras... 
Ás vezes preciso recolher-me da voz do vento, que fala incessantemente aos meus ouvidos feito tagarela... , contando-me das anotações, histórias e contos da Senhora Vida... e do Senhor Tempo...
Procuro repousar minha mente calando esse burburinho...
E no silêncio da alma, busco prazerosamente a 
vastidão do vazio... , ser apenas, vaga-lume...!
                                                                                                             C.A



“Aprendi que a calma e a paciência são conselheiras do tempo”...     
                                C.A

A verdade...
· O que tenho como verdades nesse momento, antes de torná-las minhas verdades, foram observadas, selecionadas, pensadas, colhidas, espremidas e coadas por “mim”, e ainda assim e
assim..., fico meio desconfiada..., espero, até que meu coração de passe livre e a voz que de dentro fala, diga sim, então, tornam-se verdades variávelmente minhas! A verdade que não vem primeiro de mim é apenas cogitação...
                                             C.A
Santo Mé


·
Diz a voz do povo que quem muito e muito limpa..., 
desiludido está com o mundo
ou insatisfeito com a própria vida!
Tenho em mente três sugestões:
1-Dar na vida uma virada de 180° graus.
2-Nascer de novo, pois quem sabe até lá... as coisas melhorem, e o que é essencial se torne mais claro e visível aos olhos da humanidade!
3- Mudar de planeta.
Como as duas últimas ainda não se fazem possíveis, resta- nos:
Ter coragem suficiente para virar o balde sem se preocupar em sair molhado.
Caso contrário... , embriagar-se de fé pode ser muito bom... É um tipo de Mé muito raro, por isso pouco experimentado, mais bem conhecido, que dizem fazer milagres!
Ou... , plantar uma interminável horta de paciência com muuuuiita paciência... , da menor a maior, e nunca esquecer-se dos adubos: Amor orgânico & Cia...
Pensando bem... , talvez seja melhor guardar o paninho de limpeza... , vai que você se molhe demais, tenha uma ressaca do Santo Mé e se esqueça de adubar a paciência? Aí... , só mesmo o velho e surrado paninho para dar jeito...!
                                                                    C.A
 Ser lua...


Em dias de lua, busca tua parte lua...
Aquela que te acende... , te faz resplandecer e gera encanto!
E no encantamento de ser lua...
Iluminas...!
                               C.A
Reflexo



Os animais são o reflexo de nossa imagem oculta, da natureza que vive e se aninha nos céus, campos, vales, matas, rios e mares da mente...
                                                     C.A

Gula






Antes de comer..., pense no tamanho que tem seu estômago e faça uma comparação com o tamanho de seu prato! Tente comer sempre com a razão e com a mente equilibrada, e não, com os olhos do desejo e da gula...
E por favor, mantenha seu coração, frustrações e anseios longe das guloseimas e da geladeira, não são eles que tem boca!
                                                    C.A

TEIAS




Existem territórios que só podem e devem ser comandados
 por você, não deixe
que as aranhas tomem conta...
Teias... , apesar de lindas,
mágicas e artísticas são aderentes e
podem ser muito... ,
extremamente
perigosas !
                              C.A

Folhas




Se as folhas fossem dinheiro, aí sim, com certeza
as árvores seriam  consideradas tesouro!
E estariam bombando
na bolsa de valores!
Mas inútil seria...
Sem o real valor da folha,
tornariam-se vazios a vida e o belo!
O belo sem seus verdes e tons multicoloridos
e a vida ?        
                  C.A


Elos

A vida torna - se extremamente louca quando nos soltamos dos elos da razão... , insensatez e loucura não são crias da liberdade!  
                                                                    C.A
O poeta



O poeta é aquele que enxerga nas mais simples... , menores e pequeninas coisas... , o maior sentido da vida...!

E nas grandes e exageradas... , Ilusão... , insatisfação e confusão... ! Pois que a paz ganha asas e te deixa no olho do furacão!
                                                              C.A



 *Quem vê a vida com o coração, lhe tira a roupa...
                                                                                               C.A



Quem muito elucubra... :
mergulha no vazio que transborda de verdades..., 
faz bordados com a linha do horizonte,  
despe-se do tudo para vestir-se do nada... e vicie-versa , 
navega livremente  comandando as velas da mente,
morre para o óbvio,
 se descalça dos conceitos... e
 renasce por si mesmo...
                                                    C.A



 Mentira

Aquele que se esconde atrás da mentira, corre o risco de perder-se de si mesmo!


                                           C.A

INVEJA

Quem inveja... nega  suas potêncialidades, despreza suas qualidades,  é ingrato com a vida e é  voltado apenas para si mesmo!
                                           C.A


E MUDANDO VAI A VIDA.... E MUDANDO VAI O MUNDO..., PASSADO, PRESENTE E FUTURO, SE EMBOLAM NO MOMENTO..., ENTÃO CUIDADO MINHA GENTE, QUE A VIDA É TRANSPARENTE, VC PENSA QUE ENGANA A VIDA, MAIS É A VIDA QUE ENGANA A GENTE!




Claudia Abreu

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Varrendo a calçada...


              
Varrendo a calçada observo a vida que passa...
Passa e passa...
Passa calma...
Passa agitada!
E  passa o vento e leva as folhas...!
Passa constrangida e angustiada...
Passa cantando de bicicleta!
Passa e passa...
Passa falando alto, exasperada!
Passa sonhando... , sorrindo, calada!
Passa xingando !
Passa o vento e leva as folhas...
Passa andando, corrida... , correndo!
Passa a música solta no ar... , passam as araras em par!
E ocultos passam a vida e o tempo... , no redemoinho de vento que leva os dias...
Passa o vento leva as folhas... , e vai levando a infância, a juventude e a maturidade...!
E passa, passando a verdade..., a beleza... , a naturalidade e a poesia...!
O relógio acelerado engole as horas e as bênçãos dos preciosos momentos... 
dos que não foram vistos, ouvidos, sentidos, não curtidos..., do que poderia ter sido doado e dito...  
O que ganham as mãos que não se ocupam em abrir a janela do tempo,
para observar, usufruir, doar-se e emocionar-se com a milagrosa passagem da vida? Da vida desservida de olhos!
E eu varrendo contra o vento a favor do tempo vejo as folhas voarem...
E passa o momento, passando é passado... , o que o coração capta é regalo e poesia, mas a alma se condói e entristece, quando vê e sente  passar... , o apenas passando...!


Diz a sabedoria do *poeta e pensador... , que cultiva na mente as sementes do vento e ampara nos ombros os pilares do tempo...
tudo vê e sente...! 
O amor está vazio de gente!     
 Cláudia Abreu 
*"A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela."

*(Manoel de Barros)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

HUMANOS...


Nós humanos conseguimos ser mesmo ilários!

Vivemos procurando o sentido real das coisas..., no entanto, por mais que achemos tê-lo encontrado, continuamos fazendo, criando e vivendo um monte de coisas que não fazem o menor sentido! E o pior, é que não temos se quer, o mínimo sentido dessa falta de sentido! Ou não?

Só mesmo sendo humanos ou desumanos para entender!

Cláudia Abreu

domingo, 17 de julho de 2011

Cúmplices...

            No bailar das ondas do mar...


encontro o movimento que me leva a desenterrar os sentimentos que se perderam com areias do tempo... ,


e que hoje jazem sob uma poça de água estagnada no meio do caminho...


de onde  porém, escorre o fio de uma existência...

voltada para o cumprimento de algo que certamente teria de ser revisto, acertado, resgatado, superado... Mas que todavia busca em si,
 de uma forma quase inconsciente, entre as bifurcações da vida...


uma passagem para unir-se novamente ao mar, à sua totalidade...


 Quantas barreiras se põem, de quantos penhascos saltei...


em quantos desertos sufoquei...


e evaporei um pouco de mim...   
Mas a esperança se fez cúmplice a minha vontade e o vento levou minha voz e meu pranto... 


contou meus sentimentos e angustias a noite iluminada da tua consciência...


Um olhar profundo unirá o que o tempo, as vidas... e as mortes... separaram quando pronto estiver,


então, buscarei em mim a verdade adormecida, o suspiro, o palpitar de algo que essencialmente nunca se perdeu...


que vive no sopro do vento, no fluxo e refluxo das ondas do mar...


que com tudo, ainda estouram no paredão de pedras que se ergueu separando o que era único...


Mas se único era, como pode ser possível tudo se perder, esquecer?
Crendo numa cumplicidade elementar...,

trago o que resta em mim, um punhado de areia que lanço a favor do vento...


         Cláudia Abreu

sábado, 16 de julho de 2011


Minha visão é incompatível  à realidade  do que é compatível  à visão da maioria, pois procuro ver além dos olhos...
Claudia Abreu





Adoro conversar com as plantas, são ouvintes atentas e me aconselham com o silêncio das palavras... 

      Claudia Abreu        

quinta-feira, 14 de julho de 2011

SAUDADE...




Um vazio no peito...
Onde está meu coração?
Pode ele vagar por lugares longínquos em busca de aproximar-se do que está distante?

Onde está meu coração?
Por que regiões do espaço e do tempo meu coração errante procura refúgio?
Nas histórias do passado?
Nos bons momentos vividos..., registrados na memória?
No lume do olhar materno ao ver o filho sugar do peito amante o néctar da vida?
Na incondicionalidade de um amor que não cabe na palavra?
Nos momentos que o tempo não apaga?

Onde está meu coração?
Na inquietude, na ânsia e preocupação dos questionamentos focados nas realizações do futuro?
No sentido vazio dos olhos que querem ver, mais a distância cega?
 Nos braços ávidos por um abraço que tem de ser adiado?
No oco que se faz na alma?
Onde está meu coração?
Perdido na saudade que a distância realiza?
E o que faz a distância?
Como posso mensurá-la?
Como posso descrevê-la?
Como devo senti-la?
Onde buscar a resposta?


- Na voz que se faz latente nas profundezas da alma e sussurra a verdade escondida:
-A distância está presa aos sentidos, a ilusão das percepções...
Feche os olhos, apague a mente, pare o relógio do tempo, desfaça o espaço, e onde está à distância?
Reflexo da mente condicionada!
Ela não existe, está atada a um grupo de letras que geram uma sensação dimensionada pela memória coletiva ancestral, que por sua vez toma um sentido real em sua mente iludida pelas verdades mascaradas do ego humano.

Anule o ego e a individualidade se dilui como também o espaço e desta forma a distância perde seu sentido!
Podemos entender que o mundo está em nossas mentes, como todas as sensações visuais, temporais, espaciais...

Todavia o sofrimento se faz em nossas mentes através de nossas percepções equivocadas, ou melhor dizendo, nascem da falta de conhecimento de nossa própria natureza.
Com isso, deduzimos que saudade, espaço e outras palavras são vazios de realidade e isso se dá pelos simples fato de termos erguido barreiras, afastando-nos de nosso poder interior...
Palavras são vias poderosas, porém ilusórias, atalhos da expressão sentimental criada pelas fantasias da mente construtora e manipuladora das sensações do ego, de sua falsa realidade multidimensional e de suas sombras...
Consciente disso..., desfaça a sombra da saudade em você e sinta-se intrinsecamente unida ao mundo e a tudo o que amas verdadeiramente, pois a  proximidade só pode ser alcançada através do coração!

Abandone o sofrimento optando pelas vias do entendimento e valorização do seu poder interior...
Pois se és “Amor”..., tudo podes!


Cláudia Abreu





quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um momento...



Passos largos e firmes? Não me importa se há chão, tudo por aqui quase sempre é paixão..., ilusão..., nem tudo vem mesmo da razão! Vivo do pulsar de meu coração!
Não me importa se é inverno ou verão, se o sol sai ou não, sigo apenas as batidas de meu coração...
Como a explosão de um vulcão, os sentimentos estão soltos no ar, alegria, amor, raiva, medo, decepção, paixão...
Da vida podemos fazer melodiosa canção..., idas e vindas, descidas e subidas, voos altos e rasantes, não importa! Viver cada momento, experimentar o que cabe à si, é o bastante!
Viver..., viver...,sentir, aprender, superar, conhecer, isto faz parte do meu ser vibrante, múltiplo, contestador, observador...
Busco a sabedoria pelos caminhos que se fazem..., sonhar, sorrir, chorar, sofrer, tudo faz parte do aprender..., é assim que se cresce...
Num momento se está no céu, em outro atolado na lama, apenas situações passageiras, tudo depende da ação verdadeira...
Então o melhor conselheiro é nosso travesseiro, nele refletimos sobre todas as circunstâncias e ascendemos os degraus do entendimento.
Nem passado, nem futuro, nem presente a vida se traduz na amplitude do momento onde tudo está contido...
A ação íntegra desemboca no mar sereno da verdade...
Na verdade vivemos a liberdade...
Na liberdade unimo-nos ao amor consciente, que tudo pode, tudo sente, tudo suplanta, tudo entende...
Na integridade do ser, a vida se faz presente em toda sua complexidade..., um momento é uma eternidade...!

  Cláudia Abreu