quinta-feira, 21 de julho de 2011

Varrendo a calçada...


              
Varrendo a calçada observo a vida que passa...
Passa e passa...
Passa calma...
Passa agitada!
E  passa o vento e leva as folhas...!
Passa constrangida e angustiada...
Passa cantando de bicicleta!
Passa e passa...
Passa falando alto, exasperada!
Passa sonhando... , sorrindo, calada!
Passa xingando !
Passa o vento e leva as folhas...
Passa andando, corrida... , correndo!
Passa a música solta no ar... , passam as araras em par!
E ocultos passam a vida e o tempo... , no redemoinho de vento que leva os dias...
Passa o vento leva as folhas... , e vai levando a infância, a juventude e a maturidade...!
E passa, passando a verdade..., a beleza... , a naturalidade e a poesia...!
O relógio acelerado engole as horas e as bênçãos dos preciosos momentos... 
dos que não foram vistos, ouvidos, sentidos, não curtidos..., do que poderia ter sido doado e dito...  
O que ganham as mãos que não se ocupam em abrir a janela do tempo,
para observar, usufruir, doar-se e emocionar-se com a milagrosa passagem da vida? Da vida desservida de olhos!
E eu varrendo contra o vento a favor do tempo vejo as folhas voarem...
E passa o momento, passando é passado... , o que o coração capta é regalo e poesia, mas a alma se condói e entristece, quando vê e sente  passar... , o apenas passando...!


Diz a sabedoria do *poeta e pensador... , que cultiva na mente as sementes do vento e ampara nos ombros os pilares do tempo...
tudo vê e sente...! 
O amor está vazio de gente!     
 Cláudia Abreu 
*"A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela."

*(Manoel de Barros)

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