sábado, 23 de abril de 2011

LIBERDADE DO SER...



                            Penetrando num raio de sol, sou a luz da manhã...
E na velocidade deste raio por um segundo eterno, sou a liberdade que transcende o ser, e muito além de toda a forma onde tudo se transforma num intenso movimento de luz e cor...
envolta por um elo brilhante que infinitamente se expande por regiões e dimensões sem fim...,
num equilíbrio alucinante, numa compreensão  insondável..., percebo que nada sou, e sim, que temporariamente estou.  E que a ilusão sustenta um mundo irreal, uma verdade superficial, como se real  fosse, já que não consegue transpor as barreiras da mente humana, do ego, do corpo que carrega como carapaça atada a si. Que se alimenta no vácuo das percepções de um mundo fremente, que, porém, simples e humildemente, segue seu ritmo cósmico  num movimento natural, tranquilo e confiante, regido pela lei de transmutação universal...
E a humanidade cega em seu íntimo nega a verdadeira essência do ser, ignora sua intrínseca totalidade com o mundo,  que a aninha e sustenta, e como doença tacanha instalada em suas entranhas o consome e destrói, numa ação retroativa desprovida de lucidez, golpeando a própria vida, sem saber que assim o faz.
Pobre humanidade perdida, que como canibal consome a própria integridade, numa ganância voraz, estimulada pelo medo que flui da incerteza da vida em toda a sua abrangência...
                                   O que pensas fazer..., pobre menina, sem saber para aonde vais?
                                    Assenta- te  nas asas de um pássaro
e voa a liberdade que há em ti...!
Porém atenta- te para as tua ações, pois que só tu , podes responder por elas!
Busca a verdade no caminho que te levará a ti mesma e encontrarás a PAZ...!


                                CLAUDIA ABREU

O SIMPLESMENTE "SER"...


                                    

      Quão lindo é o canto do sabiá! Para ele não há tristeza ou alegria, sua natureza é o cantar...
E as flores!? Encantam o mundo com sua beleza, multicoloridas, perfumadas, puras..., se confundem em várias espécies, e assim se misturam nos jardins, nos campos, nas montanhas, nos bosques..., e ali permanecem se doando à vida..., purificando e perfumando o ar, sem nada questionar, pedir ou cobrar, por que essa é a sua natureza...
Os animais irracionais vivem de acordo com as normas da natureza, e se as desrespeitam, é certo que o fazem por algum tipo de influência ou por motivo de força maior, por algo que os obrigue a lutar por sua sobrevivência, mas a obediência interior e a pura confiança em seu instinto e na vida são a sua natureza...
E a sua natureza? Você a conhece? Já parou para pensar sobre isso?
        Há  alguns milênios atrás, o homem dotado da inteligência que lhe é inerente, vivia da razão e da intuição, seu coração era dotado de sentimentos sublimes...,
vivia uma vida de respeito e integração com a Mãe Natureza, que lhe abrigava e sustentava as necessidades físicas e também espirituais. Era possível devido a pureza de sentimentos daqueles seres, manterem contato direto com os espíritos da natureza que os aconselhavam e orientavam em seus atributos e necessidades diários, ensinando- lhes sobre os segredos das plantas e como usá- las em seu benefício, também sobre o uso e proveito dos minerais, e outras centenas de aspectos como as leis da fenomenologia e etc..., para que tivessem uma vida feliz e tranqüila, baseada no respeito mútuo...
               Os seres eram abertos à intuição e buscavam no criador e em sua voz
interior as respostas para todas as dificuldades que por ventura lhes cruzassem o caminho da existência.
                  Eram destemidos, confiantes e felizes pois conheciam sua essencialidade e dela extraíam  forças e sabedoria para todas as ocasiões...
                   Levavam uma vida simples, sem grandes  ambições, baseada no trabalho em prol da família e da comunidade. Todos viviam em igualdade e dignidade, protegiam- se reciprocamente e tinham em seu íntimo um sentido profundo de unicidade.
               O amor era um sentimento comum à todos..., se estendia naturalmente sem restrições, pois esta era a sua natureza...
                 Então lhe pergunto! Em que parte da história nos perdemos?
O que foi feito da natureza de nossos sentimentos? De nossa essencialidade! De nossa pureza inata?  Em que parte do tear perdemos o fio, deixando que a lã descarrilhasse...
                 Que sentimentos  abrigamos no coração? De onde eles nasceram?  Por que abandonamos o abrigo, por que lutamos contra a  terra, por que massacramos o nosso igual, por que nos dividimos, como se diferentes fossemos ? A realidade perdeu sua seguridade para a ilusão! Vivemos uma vida competitiva e alucinada, tragando a nossa integridade e a do próximo, invejando os bens alheios, vivendo uma vida sem sentido, baseada no medo de perder, de ficar para trás, de ser inferior, ultrapassando todos os limites da insensatez, amontoando culpas, ações e sentimentos negativos por um conceito acumulativo sem fundamento, já que  a vida declina na morte e na morte não há suporte para bagagem material .
               A ignorância e a estupidez se fizeram inquilinas da mente humana, e aos sábios intitulamos de sonhadores ou loucos..., que linha diverge a loucura da razão? O sensato do insensato? Puro conceito!

Apegamo-nos ao abstrato como se definido fosse, dirigimos nossa eternidade pelo lado oposto, nos agarrando a matéria, querendo esticar a vida a todo custo, como se isso fosse fundamental e necessário...,  tristeza é o sentimento do que enxerga com clareza, pois que a humanidade chega as vias da comédia, tamanha sua confusão mental!
O espírito que é sua verdadeira natureza, passou  a assombrá- la como fantasma desconhecido..., quanto engano..., como conseguimos nos afastar tanto da fonte, nos perdemos em nosso próprio caminho...

                    

           Porém a senda espiritual nunca se fecha, o criador é todo amor, compaixão e paciência, podemos nos perder no caminho, “mas não perdemos o caminho”, POIS ELE É NOSSA NATUREZA; pode ela estar adormecida, esquecida, encostada, mas sempre estará ali, nos esperando despertar para a verdade..., para a profunda realidade do simplesmente ser... e existir...! 
                                                                            CLAUDIA ABREU

                                                            

·                    “A filosofia oriental, ao contrário da grega, sempre sustentou que espaço e tempo, são construções da mente. Os místicos orientais trataram-nas da mesma forma com que lidaram com todos os demais conceitos intelectuais, ou seja, como algo relativo, limitado e ilusório. Num texto budista, por exemplo, deparamo-nos com as palavras,
  
Foi dito pelo Buda, ó monges que [...] o passado, o futuro, o espaço físico[...] e os indivíduos, não passam de nomes, formas de pensamento, palavras de uso comum, realidades meramente superficiais”.              (Fritjof Capra, O Tao da Física)

        “As leis [naturais] não são forças externas as coisas, mas representam a harmonia do movimento a elas imanente”.

FAMÍLIA...

                                                                                 

  Quanto maior a família, maiores as adversidades..., como não ser? E qual a finalidade de uma família, se não o fosse?
         Se é através das adversidades que aprendemos a controlar o orgulho, a ansiedade,  o julgamento e etc..., e a respeitar o outro,
estender nosso amor..., a quebrar os preconceitos, aprender a dividir, a
observar..., e foi observando a vida, que aprendi, que aqueles que mais  nos incomodam, são exatamente os que mais se assemelham a nós, por isso, muitas vezes o bater de frente, é como se olhar no espelho e não gostar do que vê ao acordar, por que os defeitos  que você observa,
aponta e condena no outro, são exatamente os mesmos que tenta desesperadamente
  esconder de si mesmo.

              As pessoas têm fazes..., fazes de aprendizado..., e entendimento, quanto mais vivemos mais acumulamos experiências e conhecimentos, mais sábios nos tornamos e conseqüentemente nos conscientizamos dos valores reais da vida...
             E é exatamente por isso que estamos sempre em busca de passar o melhor de nós, de nossas experiências negativas e positivas, tentando evitar que o outro, tropece no mesmo lugar que tropeçamos!
              Isso não quer dizer que sejamos perfeitos, ou que já saibamos tudo, muito pelo contrário,  sempre há muito em que se melhorar e uma eternidade inteira para se aprender, já que este é um processo constante...
             Contudo, quando nos deparamos com jovens destemidos e cheios de coragem..., o que não deixa de ser bom,  mais se achando cegamente
os donos da verdade, o que fazer, para fazê- los entender, que já percorremos
este caminho e conhecemos as encruzilhadas da vida e seus perigos, e que portanto, só desejamos lhes passar o mapa dos atalhos seguros. Mas, nem sempre somos bem
interpretados, pois que o ponto
 x é um só, mais vários são os ângulos pelos quais o mesmo ponto pode ser observado, o que nos leva a discussões e questões
intermináveis...

             As vezes precisamos ser duros na forma de amar, e fazê- los entender, que de  uma forma ou de outra, se aprende na vida, se não for pelo amor será pela dor, contudo, um dia todos temos de chegar ao entendimento real destes pontos, a questão é: oferecer o atalho para que não se perca
tempo na dor, pois aprender todos temos e vamos, seja por bem ou por mal!

             Se todos pudessem entender que nossas ações são sementes plantadas, e que mais cedo ou mais tarde inevitavelmente, teremos de colher os frutos..., então que
sejam frutos saudáveis e viçosos, e não podres e imprestáveis, dos quais nem as
sementes  possam ser aproveitadas, o que plantaremos então?

Se todos observassem seus reais sentimentos, ações e intenções em relação a si mesmos e aos outros, com certeza, as famílias não estariam  tão
falidas, tão destroçadas e a humanidade tão perdida e dividida...

Devemos entender que um único sol nasce para todos, e que todos podemos nos beneficiar igualmente disso, sem haver necessidade de passarmos uns por cima dos outros, pois sabemos que somando multiplicamos tanto para o bem quanto para o mal, sendo assim, por que não investir no bem, no amor e em todos os bons sentimentos, se são eles e apenas eles que tem o poder de nos unir e fazer-nos experimentar a verdadeira felicidade...
a união traz o verdadeiro sentido de poder e força,  só acrescentando o que há de melhor em termos de sentimentos, pensamentos e ações, é que se torna  possível multiplicar felicidade, seguridade e paz...   Somos uma grande família, portanto, temos de abraçar as diversidades e adiversidades para que  assim possamos aprender com elas, alargar
nossos horizontes, pois somos muito mais que um, somos um todo..., a extensão
uns dos outros.
          É uma pena que ainda não tenhamos entendido que esta energia tenha de vibrar em uníssono, para que possamos alcançar o que pensamos ser inalcançável, o AMOR irrestrito e verdadeiro...!
                                                                                                     
                                                                                                          CLAUDIA  ABREU