domingo, 31 de outubro de 2010

EU A CANOA E O RIO...

                       As vezes a vida nos põe em estado de observância, como se estivéssemos estagnados perante ela, numa espécie de prisão interior, como se o exterior se negasse em parte, ou apenas se deixasse ver, de forma a não ser experimentado.
                     Assim me sinto, como que vagando..., sem o controle dos remos, sobre uma canoa que corre solta pela correnteza do rio. Sem poder exercer minha vontade, vou deslizando por sua vastidão..., cheia de
curvas sem fim...





 Alí de minha canoa, observo a paisagem e a movimentação dos lugares junto as margens, os quais para mim, apenas passam... Posso ver as pessoas experimentando, vivendo suas dádivas, no seu cotidiano repleto de movimentação e possibilidades, de certo modo, me sinto feliz por elas, e espero que possam valorizar seus momentos, vivê-los com alegria, prazer e sabedoria...
                  



           Me pego numa auto- inquisição, são tantas as perguntas que me faço, que na ânsia de encontrar as respostas, continuo perdida das veredas de minh'alma..., enquanto meu coração grita por liberdade e entendimento, minha consciência tenta acalmar as emoções que saltam dos sentimentos em aparente desordem... 




O rio corre calmo, a canoa desliza sobre ele, o tempo paresse não ter pressa, e eu, olhando a vida por uma espécie de vitrine, me pergunto porque! Onde estão escondidos meus erros, que meus olhos velados pelo egoísmo ou orgulho, náo conseguem ver! Onde está o veneno que instilei sobre as veias de minha vida, se não sinto o gosto amargo na língüa, mas seu efeito devastador domina minhas articulações, meus músculos, minha carne, ceifando minha alegria aos poucos, apagando o brilho dos meus olhos..., nublando minha visão.
                      


            


                 Tento não dar asas ao desespero e empurrar o medo para fora da canoa, que inabalável..., parece apenas gozar de sua liberdade.., nada a afeta , flutua trânqüila, amparada pelas águas do rio, protegida por suas longas margens e envolvida pelo azul celeste dos céus, apenas, deixá- se levar..., sem nada questionar, temer ou cobrar.
                     





                  Procuro não me perder do senso de obesrvação, pois sinto- me direcionada para uma espécie de desembocadura, como se houvesse uma precipitação de meu rio interior, para um grande salto de liberdade...
                    



                      Foco minha atenção, no que se passa além das margens do rio, as pessoas continuam lá, sempre envolvidas com suas atividades...; observando melhor, agora posso sentir, que se movimentam como por impulso, um impulso condicionado pela necessidade de algo, que parece nunca estar satisfeito..., e não vejo em seus olhos, quando passam ligeiros e distantes pelos meus, parecendo nem me ver; a paz e a tranqüilidade, a segurança e a alegria que eu imaginava alí encontrar.
                  



                De súbito, uma luz se fez em minha mente, e comecei a perceber por que havia sido posta na canoa; minha condição de abandono, angustiante e íntimamente negativa, derrepente, soou- me como dádiva, um convite ao entendimento..., um encontro íntimo com a sabedoria interior, uma forma muito especial e particular de receber atenção, amor...; olhei para a canoa, e pude sentir a segurança que ela sentia, e compreender o que ela com seu comportamento confiante, tentava me passar, dentro de suas limitadas possibilidades de comunicação; entendi, que a ação confiante e calada, não necessita de palavras para exaltar os dons da vida...
                  





                        E que não nos basta ter tudo, para sermos felizes, pois que, as coisas materiais em si, a segurança, possibilidades e facilidades que o dinheiro nos traz, não são suficientes para nos dar a paz interior e a verdadeira felicidade, pois que este estado de seguridade ou consciência, é natural..., e tem de ser independente de qualquer coisa externa, para ser real,duradouro..., pois se, dependesse só do material, sendo a vida inconstante e surpreendente como é, ficando sem ele, perdemos também nossa felicidade ?
Então ela estaria intrínsicamente ligada ao poder material ? E a essência do ser, sendo ela nosso gerador de energia, perderia sua importância vital, fundamental ? Como ? Se é dessa energia essêncial que precisamos para fortificar em nosso âmago a felicidade que transcende a todas as coisas.
                    


              Por isso, a vida, as vezes, inesperadamente, nos toma certas coisas as quais damos valor exacerbado, para mostrar- nos que podemos viver sem elas, e ainda sermos felizes..., passando a valorizar coisas mais simples e verdadeiramente necessárias como o amor..., a solicitude, o carinho, o sorriso sincero, o amparo amigo, a confiança, o respeito..., essas coisas que dinheiro algum pode comprar, mas que conquistamos através de nossas ações baseadas nas verdades da vida e em seus legítimos valores.
                    


             Para alcançarmos esse tipo de visão, se faz necessário, pararmos e olharmos a vida, pelo ângulo da observação não condicionada. Quando Deus nos deixa em estado de inércia, nos obrigando a uma observação forçada, entramos em desespero, nos revoltamos, nos sentimos totalmente abandonados, humilhados, desamparados, sufocados..., mas com o tempo, passamos a entender que fomos feitos para sobreviver a tudo, a todas as intempéries; porém, desde que sejamos confiantes nele e em sua sabedoria, para o nosso próprio crescimento e libertação..., pode ter certeza.., o essêncial nunca deixará de ser suprido e Oxalá..., gozar da abundância, todavia sem jamais coloca´- la acima das coisas fundamentais, como também, nunca usá- la feito escada para o orgulho vazio, a vaidade desmedida, o poder esmagador e a empáfia cega.
                  
 Vestindo essa nova súbita visão, minha angústia transformou- se em entendimento, minha ansiedade em paciência, a sensação de abandono em seguridade e paz...
                    


               

                    Deitei- me no centro da canoa, relaxei meu corpo..., deixei- me envolver pela beleza da abóbada celeste, sentí- me aconchegada nos braços da vida e inaltecí minhal'ma..., confiei meu destino à sábia embarcação, e ao fluxo das águas do rio, não me preocupei mais com a boa ou má sorte, pois nunca saberemos a história toda... .
                   



                 O que verdadeiramente importa, é que, agora sei, que meu porto seguro está naquele que comanda as águas do rio, conduz a canoa e também minha vida..., e que só dele vem o sopro de liberdade que me impulsiona para a real felicidade... !




                                                                                                      Claudia Abreu

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Esperança e Fé...

               

             

                   As vezes me pergunto, nos piores, obscuros e difíceis momentos da vida, de onde parece não se esperar mais nada de positivo, quando tudo parece se precipitar para um grande abismo, de onde surge a esperança ? Aonde vamos buscá- la ?
                    Creio, que na certeza interior de nossa plenitude, de nossa essência divina e eterna..., de que, se há vida, e algo que se deseje muito  realizar..., há esperança, pois carregamos dentro de nós uma certeza intrínseca de que nascemos para a fruição, para sermos felizes..., completos..., absolutos...   A vida é feita de fases, porém, por mais que para nós elas pareçam durar uma eternidade, elas passam , e deixam em nós uma sensação de ganho, de vitória sobre o derrotismo, de fé na vida, e em algo muito maior, algo que tudo permeia e tudo permite, desde que estejamos em paz e em sintonia com nossa consciência '' Maior''...
                   Algo que diz..., que fala ao coração, que indica- nos os caminhos, e todavia, na maioria das vezes, despercebidos,  não vemos e não ouvimos, por ainda estarmos atados a ilusão da certeza exterior, do que é supostamente papável, e com isso perdemos tempo..., tempo para realizar o que podemos fazer de melhor, por nós e pela vida. Buscando externamente uma certeza estéril que não podemos encontrar, já que é dentro de nós que moram todas as possibilidades, toda a gnose, toda a forma de realização...
                A esta certeza interior, esta confiança ilimitada em algo indescutívelmente maior..., inexplicável, omnipotente, chamamos " Fé''.
                Na fé, não buscamos explicações ou fundamentos , ela por si só se sustenta, se explica, se confirma e se cumpre...
               A esperança e a fé, andam sempre de mãos dadas com o amor..., fazem parte estrutural de nossa combinação genética, são sementes que trazemos guardadas em nossos corações, um sustentáculo, para todas as experiências da vida, um reservatório da presença divina em nós...
              Contudo, nossas mentes são um campo de terra fértil..., necessitamos apenas fazer a transição das sementes, e elas germinarão ..., trazendo- nos das raízes da terra as flores da verdade...
                                                                                                                          Cláudia Abreu

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

DESPERTAR...






                        Sentada no sopé da escada, observo a noite calada, obscura..., há algo nesse silêncio e na cor do céu que me assustam, nesse momento tenho medo do futuro..., meu coração me diz o que não quero ouvir...
                        Senhor seja qual for sua decisão, me curvo humildemente à ela, pois se és a natureza de todas as coisas, conheces as necessidades do mundo e de todo o sistema solar, como de todo o universo...
                        Sabemos que o movimento e a transmutação, como também a impermanência, são parte essêncial de nossas vidas; e me entrego em suas mãos..., pois que elas são minha sustentação, pois que nelas encontro a origem da verdade..., pois que nelas encontro o entendimento que o medo dilui, transformando- se em aceitação... . E se o tempo se faz em minha mente, quero viver agora a eternidade deste momento em ti, pois que só em ti encontro refúgio...
                     Senhor que a luz do teu amor ilumine o mundo, e se o remédio for amargo para os que desconhecem a natureza da cura, que a impressão da dor os acorde para a verdade..., para a necessidade inadiável da transformação interior.
E quando a terra sacudir o ego do ser, as máscaras da ilusão cairão, e as diferenças não terão mais sentido, a igualdade nascerá do desamparo aparente, e o medo não mais afastará e sim unirá os povos em busca da salvação... !
                      E depois da escuridão o sol nascerá dobrado e o sentido do AMOR, fortificado no âmago de cada novo ser...
                     E quando o planeta se acomodar em seu novo eixo, o manto da paz cobrirá a terra, unindo a humanidade numa consciência superior que trará consigo o verdadeiro sentido da existência...! As mentes se conectarão em uma só freqüência, e a mentira não mais existirá, pois a verdade será declarada a única via existênte !
                  Uma nova era de luz se fará aproximando os seres de todo o universo, e de todas as dimensões, num único vínculo de fraternidade, e a palavra sofrimento terá um novo sentido histórico, "DESPERTAR" !





                 O caminho que nos levará, a elevação do ser, será repleto de flores, já que estas são o símbolo da pureza, revelando o contentamento e a humildade do meramente
poder existir..., usufruindo de cada momento, o direito de ser feliz por toda a eternidade...!
                              
Claudia Abreu

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ESPERO EM TI...

Espero em ti..., o brilho da vida !
Espero em ti..., o Amor que enobrece !
Espero em ti..., a semente que florece !
Espero em ti..., tudo o que amadurece... !
Espero em ti..., a sabedoria suprema !
Espero em ti..., o olhar que mitiga !
Espero em ti..., o carinho que exorta !
Espero em ti..., a resposta dos porques...
Espero em ti..., a confiança fecunda !
Espero em ti..., a alegria genuína !
Espero em ti..., a leveza da verdade !
Espero em ti..., a revelação do todo...
Espero em ti..., a igualdade derradeira!
Espero em ti..., a justiça que liberta...!
Espero em ti..., na obediência cega...
Espero em ti..., a fé que revela !
Espero em ti..., a esperança que sustenta !
Espero em ti..., a compaixão que fortalece...




FOTO: LAURO PASTOR
Espero em ti..., a felicidade perene..., pois que estando em ti, não há medo, angústia, desespero ou dor, pois que só em ti,'' EU SOU''...
                                                               
                                                                                                                                                           
PAI...!
Verte-me no oceano da tua sapiência...,
até que não sobre uma só gota,
do que penso..., possa ser ''eu"!
     
Claudia Abreu

domingo, 17 de outubro de 2010

Indagações...

                                                                                       FoTO: LAURO PASTOR                                      
         
Quem penso que sou ?
                  Que mistérios envolvem este mundo ?
                  Quando olho este mundo com os olhos do observador que existe em mim, vejo só aparências, aparências vazias... E dentro de mim sombras, sombras das verdades que ainda não posso decifrar, sombras fragmentadas, divididas em milhares de pedaços, pedaços de existências que se escondem no vão da memória, que se encontra apagada na escuridão do ser...
                  Como posso resgatar essas vivências, essas verdades sobre mim, com que olhos posso enxergá- las ?
                  Ventos sopram em todas as direções, confundindo a intuição, ventos gélidos, soprando o medo, me fazendo encolher frente o frio da incerteza; e me tomo como algo insignificante, e me dou como incapaz, pois se não sei quem realmente, profunda e extensamente sou, como posso ser capaz de entender esse mundo ? Um mundo de sombras, sombras perdidas, que rastejam sob a luz da verdade...
                Senhor ! Como encontrar o elo perdido ?
                Como acender a memória ?
                Como reconstruir a confiança perdida ?
                Que caminhos devo tomar ?
                Estenda- me o tapete da tua benevolência, para que meus pés possam aderir ao solo da sabedoria inerente, acenda as luzes do caminho interior, pois não quero mais viver na escuridão, desvenda- me a verdadeira natureza do espírito, da vida, do que une todas as coisas e seres, numa mesma existência, no mundo, no universo...
               Como podemos nos sentir sós se habitamos aos milhares o mesmo mundo ?
               Porque levantamos muros, estipulamos fronteiras e marcamos diferenças em
tudo ?
              Em que ponto nos perdemos, nos deixando levar pelo fluxo da individualidade ?
              Onde perdemos o fio da essência ?
              Como reencontrar o paraíso perdido ?
              Como desfazer os nós da ignorância?

Claudia Abreu
                                        


                      Que a tua luz..., seja sempre o meu caminho...    
                      Que a fé, seja a minha armadura ...
                      Que a sabedoria seja a minha espada ...                                            
                      E a alegria, minha confiança...
                      A compreênção, minha liberdade...

FOTO : LAURO PASTOR
                       E que minha mente repouse na justiça, na igualdade e no amor que me une a vós, para que, aquilo o que realmente sou..., repouse na sua paz...!            
Claudia Abreu
                                   

sábado, 16 de outubro de 2010

INVOLUÇÃO...

                                          FOTO: SANDRA ELIZA ZACALUZNE

             Observo o tempo que passa, com os olhos da eternidade..., as vezes me sinto uma estranha em meu próprio mundo, em meu próprio tempo, e me pego rindo das transformações da vida..., e no que nos convertemos, e reflito sobre o que somos; uma espécie esquizita, percebo que não evoluímos, mas sim, regredimos. Que as melhores épocas já se foram, e me tomo assombrada pelos anos vindouros. Há algo perdido, algo que ficou para trás, que se dissipou com o que chamamos de evolução, algo tão essêncial quanto a própria vida, quanto a felicidade, quanto a integração, quanto a paz simples e legítima do ser, quanto a emoção e gratidão de se estar vivo..., quanto a alegria de se experimentar a vida de forma natural e desempedida..., realmente corajosa, confiante, integra...
           Sinto falta do contato próximo, das longas caminhadas, dos alimentos simples e saudáveis, da água pura do poço, do banho frio ao relento sob o céu iluminado, da luz de candeia, dos remédios naturais, das divertidas e singelas histórias, contadas pelos mais experiêntes, das brincadeiras infantis, enchendo o ar de alegria inocente..., na frente das casas, que se mantinham de portas abertas para o livre fluxo da criançada, dos banhos de enxurrada em dias de chuva, das ruas sem asfalto, quando a terra ainda podia respirar..., tudo era táo mais saudável, tranqüilo..., tão mais livre, simples, íntimo, éramos tão mais próximos da felicidade interior... .
          Porém, com a busca incessante pela evolução e facilidades, nos tornamos déspotas por nossa inteligência, tiranos de nosso poder de criação, algozes de nós mesmos. A paz, a confiança, a alegria interior e o verdadeiro amor se tornaram sentimentos raros, distantes, se perderam com as lembranças do passado..., nos quedamos estranhos, desconfiados, medrosos, infelizes, trancados em nosso mundo interior inóspito, já que também o exterior se torna a cada segundo de tempo, um mundo mais frio, corrompido, cruel, totalmente destituído de sua natureza divinal. Com isso, as doenças se apossaram do corpo físico e mental da humanidade, a depressão se tornou um mal comum, se depositou sobre a mente humana, como peso de uma raça, que se perdeu e se perde mais e mais nos caminhos intrincados e obscuros da evolução.
            Olhe para as ruas, veja quantos carros, pequenas celas postas sobre rodas, diminuem as distâncias, mas afastam as pessoas, atrofia seus músculos, cala suas bocas, e as conduz ao limite do perigo de um trânsito louco e infernal, onde a pressa fala mais alto que o preço da vida. E as criaturas ainda se envaidessem, dos modelos, valores e desenhos aerodinâmicos de suas celas velozes. Mentes apagadas de sua própria luz, condicionadas, encabrestadas pelo poder e pressão da mídia, dos que se acham os donos do mundo, condutores das massas, supostas mentes brilhantes, comandantes da humanidade, e controladores de mentes, todavia ironicamente, comandados pelo poder das notas e cifrões, coveiros da sua própria integridade existêncial.
         Que mundo ilário, sem sentido, desmedido, ignorante, insensato...
         Que evolução é essa que destrói o que é puro, original..., e transforma o mundo, a si mesmos, ''seres racionáis", e portanto responsáveis por todas as espécies que os seguem, num verdadeiro caos...!
         Estamos sendo destruídos pela ganância, pela inteligência descaracterizada, pois que a criação está destruindo o próprio criador, já que este se perdeu na vaidade e orgulho, trocou sua divindade, pelas riquezas da vida, pelo poder passageiro, pelas ilusões de uma existência totalmente efêmera, como também o são as coisas e riquesas do mundo, pois pertencem ao mundo, que à nós, apenas as empresta por um tempo limitado, esperando que as utilizemos de forma sensata pra nós e para todos; já que o corpo é perecível, e a vida material não é eterna.  Mesmo assim o homem que se julga tão inteligente, prefere manter- se cego e incônsciente aos fatos.
           Afinal..., porque nos envolvemos com tantos absurdos? Onde perdemos nossa clareza de raciocínio, nosso discernimento, nossa intrínseca percepção...?
           Estamos involuindo em nós mesmos! Triste constatação!
           Que Deus se apiede de nós...
           E num único momento de alucinação, nos conceda novamente o dom da verdade universal...
           Que involuindo, possamos encontrar o caminho de volta...!
     
Claudia Abreu

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Real percepção...


                                                     FOTO: LAURO PASTOR
      Tempestades, raios e trovões...
      Que se passa em meu interior ?
      Vida não sentida, vida corrida, um jogo de palavras inúteis..., onde estão meus olhos, meu coração, meus pensamentos, minha percepção?
       Numa descarga elétrica ininterrupta, se perdem, vem e vão, numa velocidade alucinante, misturando- se, perdendo- se, nada faz muito sentido; quem sou eu, quem verdadeiramente sou..., quantos sou..., de onde venho e para onde vou ?
      Eu quero o silêncio..., a paz, quero estar em harmonia, parar..., por os pensamentos em ordem, analizar minhas emoções, buscar meu verdadeiro potencial, calar a mente, educá- la, encaminhá- la, apalpar o real sentido da existência, ver o mundo de forma clara, desembaçada, não condicionada, simples...,livre...
    Ter meus próprios pensamentos a respeito de todas as coisas, fechar as portas para a ignorância, a ira e a impaciência. Ser a atriz principal de uma peça descomplicada, madura, fundamentada na simplicidade do ser..., buscar a felicidade calada e inocente, singela e esfuziante... Viver o mundo, a vida, aquilo que pinto em minha tela mental, através de pincéis dirigidos por meus pensamentos, sentimentos, emoções e ações livres..., criadas no âmago de minha verdade...
    Voa, voa... pensamento, nas asas do vento, do vento que se une ao meu vento interior..., realiza o irrealizável, o insólito, pois o sentido dessas palavras se perdeu com as areias do tempo, tudo é possível, agora..., nesse exato momento, o relógio do tempo perdeu seus ponteiros, não existem impedimentos, fronteiras nem limites à serem vencidos ! Tudo pode ser criado, recriado, moldado, tecido, pintado na grande tela do cósmo..., a massa de energia criativa está em minhas mãos, e posso modelá- la de acordo com aquilo que realmente acredito, tecer minha vida...
    Viajar por caminhos esquecidos, perdidos na memória, e ter sençasão de de' javú..., sentir as raças, culturas..., partilhar sentimentos e pensamentos desconhecidos, porém muito íntimos, deleitar a visão com as belezas do mundo..., pisar solos distantes, provar do sal de todos os mares e oceanos, sentir a substância de todas as águas, molécula à átomo, sentir o calor de todos os sóis, sentir o pulsar de minha corrente sagüínea em todas as latitudes e longitudes, provar todos os gostos e sabores do mundo, misturar- me a toda gente..., e sentir- me de todas as cores, reconhecer- me plena... Captar todos os sentidos, pensamentos, emoções, razões da vida, não de forma individual, mas mesclar- me no todo... Experimentar o indizível, chorar de emoção, deixar o coração livre para sentir..., voar o inviolável, observar as pulsações do mundo, ser tudo e todas as coisas, celebrar a vida...!!!
    Deixar que os raios e trovões das tempestades emocionais, percam- se num mar de calmaria e paz, de enlevo..., e rir- me por inteiro, ser pura satisfação, despir- me de todos os medos, pois que já não existem razões para sentí- los, não, quando há uma total percepção da real liberdade...
    Então ser o mar, o vento, a chuva, a terra, o sol e a lua, voar nas asas de um passáro imortal e perder- me na profusão dos movimentos ininterruptos do universo..., buscar moradas distantes, viajar em naves brilhantes, conhecer mentes e energias indescritíveis,quase perfeitas em sua totalidade, e não ter palavras para descrever tal conhecimento...
    Ver e sentir que tudo vale a pena, assim como é..., observar a perfeição e aprender que tudo já é perfeito assim como é...
    Fixar o olhar e a mente na profundidade, e deixar as águas passarem, correrem... na superfície, manter- me em mim mesma, e deixar fluir o amor e o respeito por todas as coisas..., abraçar o universo em mim...
    Se aqui estou..., aqui estão todas as coisas...
    Se assim sou..., assim são todas as coisas...
    Se sou amor..., amor são todas as coisas...
    Se sou o que penso, o que penso sou...
    Se penso e creio no que penso, e assim o sinto..., assim se manifesta a realidade...
    Por isso sou FELIZ...!!!
                                                                                                                           Claudia Abreu

terça-feira, 12 de outubro de 2010

EXTASE...

                                    

                 Como música suave sussurras ao  meu ouvido, levando-me numa cadência serena ao encontro da verdade...
                Inalo um perfume estonteante, uma multiplicidade de aromas, que não posso identificar, como se o mundo todo diluído no ar eu pudesse inspirar...
                Numa visão fluída de toda a matéria, onde em nada me sustento, num sentido perdido, verto-me ao caminho interior, procurando o leito perdido; um desequilíbrio sem medo, num vazio indagador, mas,  não assustador, algo indefinível além dos limites do pensamento, aonde não há sentido, por um lapso de tempo, dissolvo- me no eu, uma luz ofuscante brilha única no vazio e num toque ameno e profundo..., desvenda- me a natureza do ser...
               Numa única palavra sem ser dita, sou todo o conhecimento..., como um gole de algo embreagador, num extase insondável, sou um raio de luz, deslocando- me pelo espaço numa velocidade imensurável, numa liberdade amável..., que assegura e ampara, sinto-me abraçada pelo cósmo, por um amor..., que transcende o Amor... 

      Diluo o sangue...                                          
         Transpasso o corpo...
                          Desfaço o ego...
                                        Sufoco a mente...
                                                    E mesmo assim, sou pura consciência...!
                                                                                                                       Claudia Abreu

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O mergulhar...

             A gaivota mergulha instintivamente no mar, na certeza de que alí encontrará seu alimento.
                       Eu, mergulho consciêntemente em meu interior..., sabendo que alí encontrarei entendimento...
             A vida é um eterno mergulhar, instintivamente ou consciêntemente, mas o sublime está na certeza interior, de que ao mergulhar, encontraremos o que fomos buscar...
              Desde que a busca seja verdadeira... e profundamente livre..., o alimento nunca lhe faltará!!!

Claudia Abreu

O Vôo Supremo...

                       

                              Se eu pudesse voar o vento..., voaria acima de meus sentimentos...
                   Voaria a vastidão cósmica, voaria os campos em flôr, voaria a pureza do ser, voaria a grandeza do amor...
                               Voaria a sabedoria para comprêender a ignorância.
                   Voaria a coragem, para assim superar o medo.
                                Voaria o perdão..., para aclarar o não entendimento.
                    Voaria a comprêenção, para superar as dores da  vida.

                                   Voaria a verdade, para alcançar a realidade última do ser...
                     Voaria a luz para comprêender as sombras.
                                    Voaria a escuridão, para desvendar a ilusão...
                      Voaria a supremacia, para esvaziar o inferno das almas.
                                     Voaria um lâmpejo de sabedoria, para elucidar o mundo.
                     Voaria o mundo, para semear a Paz...
                                      Voaria a Paz, num último vôo supremo, abarcando as adversidades, desfazendo as amarras da mente, comungando a unicidade, diluindo- me na fonte...!
                                    
                                       Então..., somente partículas de ar em movimento...

                                                                                                      Claudia Abreu

                      

O pescador...

                                                                                   FOTO: ROBERTO DE ABREU FILHO



                     Como posso sustentar-me num mundo que se diz real, se o chão são meus próprios pés ?
                     Se a vida depende de meu movimento, e meu movimento é infundado na verdadeira realidade ?
                     Como um pescador..., observo o mar da existência e pesco somente o que possa verdadeiramente alimentar- me...!
                                                                                                               Claudia Abreu

Conhecimento...

                        O verdadeiro conhecimento consiste em abraçar os opostos e consagrar-se na unicidade...
                        O verdadeiro conhecimento está acima e além, do que julgas possa ser julgado, do que pensas possa ser condenado, e do que crês possa ser absolvido.
                         Está na luz que alimenta a alma...!
                         Está no caminho que percorres...
                         No equilíbrio entre as extremidades...
                         Nos vários ângulos de um único ponto.
                         No tempo e espaço indivisos.
                         No tempo sem tempo, e no espaço sem espaço.
                         Na interdependência e movimento contínuos da existêncialidade.
                         No vazio das palavras.
                         Na superação da mente.
                         No que os sentidos não sentem, mas que se entende, sem ter sentido.
                         No que se traz consigo, sem ter vivido.
                         No que não pode ser explicado, mais que é inato...
                                                                                                            Claudia Abreu
                                                        FOTO: ROBERTO DE ABREU FILHO                       

sábado, 9 de outubro de 2010

Energia...

                                                                                                            
                                                                                                                                FOTO: LAURO PASTOR
                     

                      Observar o mundo e todas as coisas que existem no universo é observar a energia...
                 Tudo e todas as coisas são feitos de pura energia. Tudo por sua vez está contido no vazio, este vazio é um grande gerador de energia, a qual chamamos energia cósmica ou Divina.
                  Esta energia pura é altamente sofisticada, dela criam-se todas as coisas em seus infinitos aspectos e fenomênos.
                  Lógicamente esse vazio é uma consciência inteligentíssima ou um poder maior, o qual as palavras em sua superficialidade não podem mensurar ou descrever, que a lingüagem seja ela qual for, não pode alcançar, já que é algo além de nossa percepção.
                  Toda a criação nasce através dos movimentos múltiplos e aparentemente desordenados das partículas subatômicas que compõem essa energia. Elas se cruzam, sobrepõem-se, sobem, descem, unem-se, separam-se, misturam-se e oscilam de acordo com sua temperatura e em harmônia com as vibrações térmicas de seu meio ambiênte. E assim, numa dança mística, de sequências diversas e infindáveis, num uníssono profundo, vai revelando a vida em todos os seus estágios no tempo e no espaço, pois que não é estática, está sempre se renovando, transformando, num fluxo crescente e ativo, interconectado, como uma imensa teia cósmica viva e intrínsicamente dinâmica.
                 Dessa forma, essas partículas em movimentos altamente velozes, diversos e infinitamente complexos, numa cadência alternativa cujos padrões ritmicos são determinados pelas estruturas moleculares atômicas e nucleares, vão se concentrando, criando matéria, tomando forma, instituindo suas características, estabelecendo sua natureza, potêncialidades, funcionalidades e etc.
                 Cada forma concebida de matéria cocentrada ou encapsulada é definida por um campo de energia linear eletromagnética que dá a ela, especificidade única. Porém tudo o que existe no universo, todas as formas visíveis, são únicas em sua essência pois que são feitas da mesma energia...
                 Portanto, podemos dizer que este mundo é feito de energia sobre energia..., sobre energia e assim infinitamente, e que a  tranqüilidade na tranqüilidade, não é a tranqüilidade real.
                Só quando existe tranqüilidade no movimento pode aparecer o rítimo espirítual que impregna o céu e a terra. Um antigo ditado Upanishad diz:

                     Tranqüilo deixe que alguém te adore.
                     Como aquilo de onde veio,
                     Como aquilo no qual se dissolverá...,
                     Como aquilo no qual respira...
             
               Essa energia Divina é toda a forma de expressão de vida, de liberdade existênte no universo, e é o ´próprio universo, que numa dança frenética de criação e destruição, se envolve na totalidade do Cósmo.
              E como diz o Prajnaparamita, no grande insight de Kanon:

                    Forma é vazio, vazio na verdade é forma.
                    Vazio não difere da forma, a forma não difere do vazio.
                    O que é forma é vazio, o que é vazio é forma.

                                         Energia...
                                             Reflexão...
                                                   Encontro...
                                                        Unidade..                                                              Claudia Abreu

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

''Constatação''

                                  


                                                                                              FOTO: ROBERTO ABREU FILHO

 Eis, que reluz a aurora de um tempo insano, mentes atarantadas, corações enfraquecidos, visões distorcidas, sentimentos vazios, perdidos de seu legítimo sentido, valores infundados...
                         O verdadeiro AMOR debilitado,é confundido com prazeres instantâneos e autodestrutivos, o sexo que se mesclava com o amor em nuances perfeitas, dando origem a obras divinas num êxtase profundo, hoje se mescla com a leviandade e a promiscuidade, numa valorização excessiva do corpo, como sendo simples objeto de uso pelo prazer, semelhante a um copo descartável, ocupa-se para matar a sede, e depois descarta-se.
                          Então me pergunto, onde foi parar o verdadeiro conteúdo ?  O conteúdo de todas as coisas, daquelas que antes tinham valor primordial, inestimável, que faziam parte de nossa essencialidade ?
Se perderam ? Ou foram superadas por conceitos modernos, superficiais, quem sabe vendidas, trocadas por  dinheiro, pela valorização desenfreada e desmedida do material, nesse mundo louco, capitalista, mecanicista e inorgânico ?
                        Creio que chegamos ao ápice de uma era yang, totalmente tendente ao masculino; criativa, porém agressiva, expansiva, mas competitiva ao extremo, racional e analítica, sobrepujando-se a sabedoria interior e intuitiva. A ciência se ergueu sobre a religião, a competição sobre a cooperação; a exploração de recursos naturais de forma incontrolável..., perfurando, agredindo e destruindo a nossa terra, em vez da conservação; somando-se assim, um estado de barbárie consecutivo em todos os sentidos. Gerando um desequilíbrio cultural, que é a base estrutural de nosso actual colapso, comprometendo nossa saúde individual, social e ecológica de forma incalculável...
                          Nessa era egóica, nos colocamos como deuses, acima de todo bem e de todo mal , nos alimentando do poder que roubamos da terra, nossa Mãe Divina...,  nos agigantamos no orgulho da inteligência racional, totalmente destituída do dom do intuitivo, do sagrado, que nos mantinha ligados com nossa essencialidade, que nada mais é, que a energia viva, sublime e mantenedora  da união e consagração  de todas as coisas...   Por esse afastamento, deixamos de ouvi-la, senti-la, respeitá-la. Perdemos a noção do poder da Terra, e a perdemos no momento em que deixamos de nos ver e sentir como um só corpo, como algo substancialmente único, totalmente e profundamente interdependentes...; e passamos a feri-la, ultrajá-la, flagelá-la, sufocá-la, estuprá-la, por uma espécie de inclusão ao feminino, num ato de covardia, insanidade, e estupidez irreparáveis...
                        Se por um momento retomássemos nossa capacidade anímica de percepção, de forma realmente liberta e consciente, veríamos e sentiríamos intuitivamente, que com tais actos estamos certificando nossa total destruição, pois enfraquecendo e desestruturando a mãe, desequilibramos as entranhas, as estruturas internas, o núcleo, onde tudo está contido, o útero onde tudo se forma e proporcionalmente mantém a existência através do cordão da vida, que incondicionalmente nos alimenta, energiza e sustenta, mantendo-nos espiritualmente, fisicamente e mentalmente saudáveis.
                         Porém a Mãe desestruturada, começa a dar sinais de seu mal cronico, dessa doença que aos poucos vem lhe consumindo, corroendo, esvaindo suas energias vitais; e me dói dizer, que esta doença, somos nós, seus filhos pródigos, nascidos e criados em seu âmago, que num ato de matricídio lento e inescrupuloso, num misto de masoquismo inconsciente e auto destrutivo, vão ceifando a própria existência.
                            Terremotos, dilúvios, tsunames, desmoronamentos..., a Mãe sofre de um colapso irremediável, e a massa ignorante e suicida, morre aos milhares, mas não perdem a ganância, e não param para refletir, sentir que sufocamos o que há de mais precioso..., o "Amor de Mãe", o Amor da Vida, e pela Vida..., a integridade, o ato de se honrar o "Valioso", o insubstituível, o que não pode ser traduzido em palavras, o Divino...
                              Me pergunto, se ainda há tempo para uma mudança mesmo que radical em nosso comportamento; feridas profundas foram abertas e gotejam sangue e sofrimento de forma incessante.
                               A  minoria de filhos conscientes e amorosos, que sentem e enxergam o mal, e vão à luta para combatê-lo, chocam-se contra a indiferença dos mentores poderosos, que vêem o caos debruçados em seu egocêntrismo doentio, mentindo para si mesmos, ter piedade e compaixão da Terra, e da massa que os segue, se deixando levar pela enxurrada de lavagens cerebrais e engendros maléficos, aos quais se submetem todo o tempo e de todas as maneiras, perdendo seu senso de autodireção, discernimento e percepção, sofrem pela imprudência e ignorância, sucumbindo em si mesmos. Pois os que jogam a isca, não se compadecem do peixe, e tão pouco lembram-se em sua ganância, que faltando o peixe morrerão de fome...
                                    Desta forma, a minoria intuitiva e amantes da Mãe, se salvarão na fé e pelo respeito a vida em toda a sua plenitude..., pois que para a boa e fértil natureza, nunca faltam sementes prontas para germinar em solos adubados de AMOR...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Percepção...



                                                                                                                         FOTO: LAURO PASTOR

        
                   O que te falta ?
                   Porque pedes tanto ?                                                           
                   Por que queres tantas coisas ?
                   Por que tens tanto medo ?
    Porque em vez de perderes tanto tempo desejando, pedindo, insatisfeito e sentindo medo, não paras para observar a vida...
                  O que pensas da vida ?
                  Você vê as coisas acontecerem ? Aquelas as quais você não dá a devida importância, mais que todavia são absolutamente necessárias à sua sobrevivência...
                   Você dá valor a elas ? Pois saiba que sem elas, não haveria tempo ou condições para fazeres tantos pedidos, envolver-se com tantos problemas, achares tantas maneiras de sofrer...
                  Já parastes para pensar sobre o valor do sol ? Que nasce todos os dias infalivelmente nos trazendo luz, calor, causando a evaporação das águas, para que as chuvas aconteçam nas épocas certas, se pondo ao entardecer nos trazendo a certeza da noite; e como também pela inclinação do eixo de rotação da Terra em relação a ele, nos abençoando com as estações...
No valor da lua, que além de nos encantar com sua beleza, tem influência e importância vital sobre a terra
e em tudo o que nela há.
                  Já parastes para pensar em tudo o que a Mãe Divina (Terra) te proporciona, todas as belezas naturais, todas as fontes de energia, florestas, vegetais, águas, animais, minerais..., todas as condições para que sobrevivas em paz, com contentamento, saúde e alegria, se o visses,  fizesses e  compartilhasses com sabedoria ?
                Já parastes para pensar que tens todas essas coisas sem jamais teres pedido, e pouco ou nada agradecido ? E que todo esse ecossistema que é mágico e divino, se doa ao homem integralmente, como sendo parte dele, mas este em sua ignorância e ganância insaciáveis, o agride, destrói, manipula, sem saber que o faz à si mesmo, sem se quer notar, que ele e o mundo em toda a sua natureza são um só ?
Uma única energia !
               O que pensas em realizar ?
                Para onde pensa que vais ?
                Para onde vais levar, tudo o que acumulaste com tua ganância, com teu suposto poder, com tua astúcia, com teu orgulho, com teu egoísmo, com teus interesses mesquinhos, com a tua impiedade ? 
               Do que mais precisas, para te satisfazeres ? 
               Continuas matando, corrompendo, ludibriando, e isto o fazes também, com o que é homem, igual a ti, onde os desejos intermináveis te levarão ? Perdestes o senso de  justiça, de igualdade, de lealdade, de respeito e compaixão, vives mergulhado na inveja e ambição...
               Por que te agarras a todas essas ilusões, não sabes  que tudo é transitório, impermanente, inconstante, e que deste mundo não levas nem o corpo que te abriga a alma, a vida ?  Cego és ?     
                De onde pensas que vem o medo e a insegurança que te consomem ? Do lado que pensas ser o oposto a ti, de tudo o que atingistes de alguma forma ?  Ou de ti mesmo, de tua consciência maior, superior, aquela que te conhece intimamente, secretamente, da qual,  nada podes esconder ?
                Não sabes que destruindo, destróis a ti mesmo ?  Que corrompendo, corrompes a ti mesmo ?
Que toda e qualquer energia negativa e destrutiva que gerares, serás parte integral dela ?
                 Já parastes para observar, que aqueles que tem gratidão, não precisam pedir, as coisas lhes vêm naturalmente as mãos ?
                 Que a harmonia, a verdadeira e constante abundância, a paz e felicidade interior, só são possíveis se nascidas nas bases do AMOR, da gratidão, da compaixão, da justiça, da igualdade e da humildade...
                 Buscas a felicidade e não podes encontrá- la, de forma incessante e legítima, em tudo o que roubaste, acumulaste, negaste..., claro que não,"esta" só poderás encontrá- la, dentro de ti, e não nas coisas materiais ou em outros lugares, esta somente se faz possível na consciência que se assenta na paz e complacência de suas ações...
                 O que falta a ti ?
                 E eu te respondo: Conhecer-te e amar-te a ti mesmo, pois só aquele que se ama e conhece incondicionalmente, pode estender seu  AMOR de maneira intensa, integral e legítima à toda forma de vida, seja ela senciênte ou não.
                 Preste atenção em si mesmo, em suas ações...
                Se concederes mais atenção à vida, observarás que existem leis imutáveis e incontestáveis, e uma delas, de infinita e vital importância, é a lei de ação e reação, sua existência é regida por esta lei, por suas ações passadas, presentes e futuras...
                 Todo o bem, gera o bem..., todo o mal, gera o mal...
                 Tudo o que é construído nos alicerces do AMOR, gera felicidade e a plena realização...
                 Tudo o que é construído nos alicerces da dor, e de todos os maus sentimentos, gera destruição e sofrimento...
                 Pense nisso...
                 Que futuro haverá para aqueles que se perdem do fluxo da energia divina do AMOR ?
                 Essa fonte jorra dentro de nós..., só precisamos encontrá- la !
                 O caminho...? Só poderás encontrá - lo, através do teu coração...
                                                                                                                        Cláudia Abreu